CESVI BRASIL lança levantamento e análise sobre mortes em acidentes de trânsito no País.
As entidades com um histórico de envolvimento nas discussões pela segurança viária continuam suas ações mesmo após aSemana Nacional de Trânsito 2010, que ocorreu em setembro último. O CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) lança a pesquisa ‘Levantamento e análise da mortalidade decorrente de acidentes de trânsito no Brasil’. Trata-se da apresentação dos resultados da primeira parte do levantamento que detalhou e comparou as informações sobre mortalidade por Estados, do período de 1996 até 2008, em conjunto com números oficiais divulgados sobre frota de veículos e população. A segunda parte da pesquisa, que está em fase de finalização, compreenderá a análise de fatalidades por tipo de vítima e faixa etária.
Dessa forma, foram pesquisados dados da mortalidade (do Ministério da Saúde, da população (do IBGE) e da frota veicular (do Denatran). Entre os destaques da pesquisa, o maior pico de mortalidade no trânsito foi em 2007, com a dramática marca de 37.407 vítimas fatais, com uma taxa de 19,9 mortes/100 mil habitantes. No período de 2007 a 2008 houve um aumento de 66% no índice de mortes no trânsito do Brasil de pessoas da faixa etária de 40 a 59 anos. Com a vigência da Lei Seca em 2008, alguns estados apresentaram uma redução de até 30% no número de mortes - foi o caso do Rio de Janeiro.
Com essa pesquisa, o CESVI BRASIL pretende apresentar um quadro da mortalidade por acidente de trânsito no Brasil num formato que facilite a consulta, a utilização e a análise dos dados por profissionais, pesquisadores, mídia e sociedade em geral. E assim, contribuir para a disseminação de informações sobre o cenário atual do trânsito, e fornecer uma base comparativa para decisões visando à prevenção de acidentes.
Os dados referentes a 2008 estão sujeitos a alterações, pois, conforme é informado nas fontes, ainda são preliminares e, portanto, passíveis de revisão.
Análise dos dados
No levantamento, foi verificado um forte impacto na diminuição de vítimas com o início da vigência do CTB (Código Brasileiro de Trânsito), com a redução de 13% nas fatalidades somente no primeiro ano. Esse efeito não foi uniforme em todos os Estados, o que exigiria uma pesquisa específica para entender os motivos. Dentre as razões, poderiam ser relacionadas, entre outras, a maior rapidez ou demora em preparar e realizar a fiscalização das infrações de acordo com as novas regras estabelecidas pelo código. Os dados também mostram que anos 2000, quando a frota brasileira apresentou um forte crescimento, cerca de 50% em seis anos, as fatalidades voltaram ao patamar pré-CTB - uma década de retrocesso.
Nas análises da mortalidade por tipo de vítima, a pesquisa rastreou as categorias de tipos de vítimas como pedestres, ocupantes de veículos, ciclistas, motociclistas e ocupantes de triciclos nos períodos entre os anos de 2000 e 2007, e entre 2007 e 2008.
Pelos dados obtidos entre 2000 e 2007, percebe-se o enorme aumento que ocorreu entre motociclistas, cujas vítimas multiplicaram por 3,2, passando de 2.492 para 8.118. O segundo tipo de vítima com maior aumento foi o de ciclistas, com mais de 100%, de 789 para 1.649.
No estudo por faixa etária, os resultados evidenciam que as fatalidades no trânsito são em maior número entre as pessoas de 20 a 39 anos, mais de 45% do total, com aumento de mais de 32%, de 2000 a 2007, quando passaram de 12.857 a 16.996.
Conforme as observações nos dados por faixa etária das vítimas, a pesquisa verificou que entre os anos de 2007 e 2008 a que obteve maior aumento do número de fatalidades foram vítimas pertencentes ao grupo de 40 a 59 anos, em 2007 os números eram de 5.790 vítimas e chegaram, no ano de 2008, a marca de 9.599 fatalidades, um aumento nesta categoria de 66%.
As estatísticas apontam a gravidade da situação entre os períodos pesquisados. Apesar dos números serem preocupantes, sabe-se que ações foram realizadas nesse período para a diminuição do número de vítimas de acidentes de trânsito, com resultados positivos. É importante que as ações positivas sejam multiplicadas com o intuito de mitigar o número de mortes no trânsito brasileiro.
Lei Seca
Mesmo com o crescimento da frota de veículos nos últimos anos, algumas ações que foram adotadas contribuíram para que o número de acidentes não aumentasse de forma exorbitante. Em relação ao efeito da Lei Seca, é essencial salientar que o apontamento da queda de 2% no total das fatalidades deve ser considerado com ressalvas, pois, como já citado acima, os dados de 2008 são ainda preliminares. De qualquer forma, essa ação pode representar o início de um novo período de queda das vítimas no trânsito, o que dependerá da atenção e recursos que o País, cada estado e município dedicarem efetivamente à questão. Assim como no período do início do CTB, apesar dos resultados preliminares, percebe-se que o efeito nos Estados também não foi uniforme, podendo também indicar a maior facilidade ou dificuldade que cada um está enfrentando para implantar uma fiscalização efetiva.
O ‘Levantamento e análise da mortalidade decorrente de acidentes de trânsito no Brasil’ está disponível para consulta no site do CESVI BRASIL em: http://www.cesvibrasil.com.br/seguranca/biblioteca_dados.shtm#mortalidade
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O CESVI BRASIL
Fundado em 1994, o CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) é o único centro de pesquisa brasileiro dedicado à segurança viária e veicular e à disseminação de informação técnica para o setor e também para a sociedade. Foi o primeiro centro da América Latina e é membro do RCAR (Research Council for Automobile Repairs), um conselho internacional de centros de pesquisa com os mesmos objetivos.
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