segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fiadores são substituídos por apólices de seguro

A Tarde | BA

RONALDO D"ERCOLE
Agência O Globo,


Encontrar um fiador continua sendo a primeira opção de quem vai alugar um imóvel.

Porém, cada vez mais, outras garantias vêm sendo usadas por inquilinos e proprietários nos contratos de locação.

Entre as opções, o seguro fiança é o instrumento de garantia que mais cresce no mercado imobiliário. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados a arrecadação de prêmios de seguros fiança aumentou 29,4% em 2009 - de R$ 11,9 milhões em janeiro, para R$ 15,4 milhões em dezembro.

Dados do Sindicato da Habitação de São Paulo mostram que, em março, um em cada cinco contratos de aluguel tinham o seguro-fiança como garantia. Na carteira da Apsa, uma das maiores imobiliárias do Rio, esse percentual chega a 30%.

A resistência das pessoas em assumir em ser fiador, o constrangimento que fazer esse tipo de pedido causa ao futuro inquilino e, principalmente, o fato de muitos proprietários já não veremos fiadores como opção segura são fatores apontados pelos especialistas para o aumento da procura pelo seguro-fiança.

Muitas imobiliárias já trabalham em parceria com seguradoras.
O Porto Seguro Aluguel, produto da Porto Seguro, garante até 30 meses de aluguel, além de outros encargos (como condomínio, IPTU e até despesas de água, luz e gás).


Luiz Carlos Henrique, gerente de produto da Porto Seguros, explica que o seguro é "modular", ou seja, o valor do prêmio varia em função das coberturas incluídasnaapólice.

A cobertura de aluguel, condomínio e IPTU sai mais barata do que se houver a inclusão de encargos como luz, ou multa rescisória.

Região "Os valores também variam por região. Temos um cálculo atuarial sobre áreas em que há risco maior de inadimplência.

O Rio, que é grande usuário do seguro-fiança, não é região das mais caras", diz Henrique.

Márcio Murad, diretor da Apsa Imobiliária, observa que, do ponto de vista dos proprietários de imóveis, o seguro-fiança é a melhor opção, pois, em caso de inadimplência do inquilino, em no máximo 60 dias ele voltará a receber os aluguéis. O que, mesmo com um fiador, poderia levar meses, ou até anos, para acontecer. E ainda todos os encargos com a ação de despejo e a cobrança dos aluguéis atrasados ficam por conta da seguradora.

"O despejo, mesmo com a nova Lei do Inquilinato, só vai acontecer em dez ou 12 meses depois, em média, e a seguradora vai indenizando o proprietário até lá", acrescenta Roseli Hernandes,diretorada Lello Imóveis.


A Porto Seguro domina o setor de seguro-fiança, com 95% do mercado. Mas outras seguradoras, como a Mapfre, já têm o produto, e a expectativa é de que mais empresas façam o mesmo.

O analista de sistemas Jailton Nascimento morava com o tio em Barra Mansa. Como sua noiva mudou-se para o Rio, em março ele alugou um imóvel no Andaraí. Não conhecia ninguém que pudesse ser seu fiador e fez um seguro.

"Pesquisei e foi a última opção, pois não tinha fiador", diz. Nascimento conseguiu parcelar em quatro vezes o prêmio do seguro, embora muitos proprietários exijam o pagamento em uma única vez - pois se o inquilino deixa de pagar uma parcela a garantia da seguradora acaba.

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